domingo, 27 de julho de 2014

Me enxerguem



Por esses dias, andei analisando a seguinte pergunta: O que você procura? – O que eu procuro?! - E um infinito de palavras e frases, mal formuladas, invadiram minha mente. O que eu procuro é o que milhares de pessoas procuram, o velho clichê: um amor verdadeiro, alguém que me respeite, saúde, paz e blá, blá, blá... mas, será que realmente é isso mesmo? Acredito que não. Incrível é que quando não estamos procurando nada, é que achamos as coisas. Eu não estou à procura de nada, já procurei muito, hoje eu quero ser achado. E quando me refiro a ser achado, não é que eu esteja escondido ou perdido, é que eu quero que despertem em mim aquilo que eu tentava despertar. Quero que me olhem e me enxerguem como sou, que me aceitem com meus defeitos e que entendam que eu sou humano, que eu posso ser sou doce e amargo. Eu erro pra caramba, tentando acertar, e que eu preciso de abraços independente se estou feliz ou triste. Me enxerguem além da carne, se sou gordo ou magro, se sou feio ou bonito, me enxerguem por dentro, e não pelo que carrego entre as pernas, me enxerguem, me achem, me conquistem, não só uma vez, não só um dia, mas pra todo um sempre.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Intenso

Mais uma noite deito em minha cama e não consigo dormir. Pensamentos demasiados me tomam em uma velocidade invisível. Percebo que estes tem vagado por caminhos estranhos, escuros e até mesmo sombrios... Isto me tem causado sensações que não consigo ao certo descrever, tenho sentido um misto de sentimentos tão intensos, que sinto minha alma ser consumida e devastada. Até parece que estão levando a minha 'paz'. Tenho me concentrado demais em coisas que não deveria, tenho tido vontades absurdas e medos incontroláveis. Tenho andado lado a lado comigo mesmo: eu antes e eu depois, tenho amadurecido mais rápido que o tempo, tenho crescido em segundos, mas ainda continuo vivendo em anos. Ainda tenho desperdiçado chances, assim como, ainda carrego em mim dores do passado, e isso tem me incomodado cada vez mais. Eu não consigo mais chorar minha dor, essa dor, talvez seja porque ela já não me doa mais... Tenho me fechado para o mundo, pois eu não quero que o mundo me veja nessa bagunça. Cada passo que eu acredito que esteja dando para frente, percebo que estou fazendo o contrário. Tenho tentado me livrar de tudo que me atrasa e me impede de sorrir com mais leveza, mas toda vez que me permito, algo acontece para que eu volte para o começo. Minha ansiedade tem saído do controle, tenho gastado muito tempo me preocupando demais. Estou esquecendo de viver e de ser jovem. Estou  esquecendo de mim. Sempre que acordo me pergunto o motivo dessa inquietude, mas nunca encontro uma resposta. Estou perdido. Na verdade eu só queria caber em um abraço e poder florir ali... Caber em braços não que me fossem perfeitos, mas que me fizessem algum sentido nisso tudo, mas eu sei que tenho complicado o caminho. Não faço por mal, tudo isso é medo, é proteção, ninguém conhece o interior do outro, afinal cada um vive apenas a sua vida. Hoje ao deitar vou desejar que toda essa minha inquietude se torne uma dor e que ela transborde, inunde meu rosto com lágrimas e me alivie de tudo que me aflige, eu já não suporto uma dor que não me doa, já não aguento viver no morno, ou esquenta ou esfria. E quem sabe assim, essa noite eu consiga dormir...

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ontem

Ontem eu fui agredido, meu corpo foi marcado pelo medo, pela insegurança, pela dor... Nunca me senti tão impotente e sem voz. Ontem perdi as esperanças no amanhã, vi de perto o medo estampado em rostos, a agonia em corpos e até o que eu não queria ver. Ontem meus sonhos utópicos foram desfeitos, esmaguei meus ideais e larguei meus sonhos. Perdi o sono, a minha dignidade e o meu direito de ir e vir. Confesso que desejei ter desviado o caminho, de estar em casa mais cedo, de não estar ali. Ontem, me doeu ouvir, sentir e até mesmo respirar. Eu quis chorar, mas engoli seco, assim como a raiva que me devorou da cabeça aos pés. Eu não dormir direito, meus nervos não deixaram. Ontem eu dei minha cara a bater, depois de ter sido olhado com indiferença... Ontem eu entrei em luto. Gritei por socorro, implorei por ajuda! Ontem nem a arte me comoveu. Tudo me comoveu. Era escuro, vazio e frio aqui dentro. Nada fazia sentido. Ontem, eu não acreditei... Na verdade eu não queria acreditar, mas era a verdade. Ontem eu desejei ser abraçado, ser protegido, ser confortado. Eu desejei ter mais fé para não desistir, mas acredito que ela não será suficiente para evitar que eu recue. Ontem eu não sabia o que fazer, nem hoje e muito menos amanhã. Ontem era quinta-feira, era tarde, era noite, era mais um dia... Era... Ontem, não será apenas o passado, infelizmente o nosso 'ontem' ficará por um bom tempo no futuro.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Externalizando

Ultimamente tenho procurado métodos de externalizar a minha dor, que tem me sufocado lentamente. Tenho morrido dentro de mim sem perceber, é como se eu afundasse um pouco mais a cada dia sem esperanças de resgate... Sinto-me trincado. Às vezes sinto-me sem forças, é quando acordo sem esperanças, sinto a minha intensa dor que me faz desacreditar em tudo que possa me levar para frente. É quando choro, e me entrego ao cansaço. Não há coração que resista as tempestades da vida. Não existe beleza que o salve de uma dor... Fechar os olhos me fazem ver a escuridão, e lá eu me sinto seguro, embora eu tenha medo de ficar sozinho. Acho que estou procurando minha verdadeira catarse. Quero externalizar tudo que habita em mim. Não vou aguentar por muito tempo guardar essas coisas que me sufocam. Preciso sair da minha prisão. Necessito de uma nova vida. Jogar fora todos os meus medos, acordar desse transe infernal. Preciso gritar a minha dor. Sinto uma enorme vontade de chorar. Como fui deixar as coisas chegarem nesse ponto?! Não adianta mais me trancar no quarto e fingir que está tudo bem... Os dias tem passado lentamente, e as dores que me doíam antes não me doem mais. Esse meu desabafo tem me levado a uma regressão dolorosa, nos últimos dias tem acontecido muita coisa, e eu estou esgotado. Preciso de um 'tempo', meu tempo. Quero voltar a sentir o tempo passar, e não me deixar ser afetado por ele. Se eu soubesse que crescer seria tão dolorido, eu nunca teria saído da Terra do Nunca.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Abrace-me, sinta o meu coração pulsar

Senti uma enorme alegria quando fui preenchido pelos teus braços. Meu corpo vibrou ao ouvir as batidas do teu coração, não conseguia ouvir mais nada, apenas aquele ritmo binário e frenético. Era como se estivéssemos unidos, naquele momento éramos um abraço. Era um momento de total igualdade. Nossas respirações se uniram, e éramos um coro. Eu sentia exatamente o que você sentia, e sabia que a recíproca era verdadeira. Nunca me senti tão bem como naquele momento, parecia que desconhecia o ato de abraçar. Foi diferente. Meus olhos se encheram de luz, ali, eu estava protegido. Havia mais fé em mim, na verdade havia mais fé no abraço; Desejei por um segundo que aquele abraço não acabasse, pois quando fui abraçado, eu abracei. Eu me despi de qualquer coisa que me impedisse de ser eu, e intensamente me revelei. Naquela hora eu me permitir, não pensei em nada, não fugi, não compliquei, apenas compartilhei sintonia... Aquele momento não durou muito, mas se tornou eterno.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Voltando

Era uma tarde comum, iguais as demais, exceto pela quantidade de chuva que caia sobre o asfalto quente. Estava eu sentado em minha cama, observado a chuva pela minha pequena janela embaçada. O céu estava negro, não se via mais o sol, ele havia desaparecido em meio aquela tempestade de água. O céu estava desabando. E eu a escrevia em meu pequeno caderno de anotações enquanto ouvia algumas canções pseudo-dramáticas... Foi a primeira vez, depois de alguns meses, que consegui escrever, as palavras fugiam, e eu não sentia mais nada, meus rabiscos não tinham mais poesia, era apenas rabiscos. Era como se uma grande paralisia tivesse tomado conta de mim. Havia um medo na hora de escrever, parecia que uma grande 'massa escura' havia me infectado, e eu estava morrendo aos poucos. Acho que foi a semente da 'discórdia'. Não sei ao certo qual foi o remédio. Eu parei no tempo, ele me dominou, perdi o jogo, eu me perdi, entreguei os pontos, cai em sono profundo e, percebi que algo estava errado, então acordei. Voltei ao jogo. Ainda é cedo para se deixar derrotar. Voltei a ler, voltei a ser o mesmo, e tudo voltou a fazer sentido. Agora, ao olhar para o céu em sintonia perfeita com a chuva, sinto vontade de correr livremente e mostrar ao mundo que eu acordei de um pesadelo chamado: crescer.

Bem vindo a vida!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Primeiro Beijo

Foi a primeira vez que eu beijei alguém. Confesso que senti medo, um frio na barriga, a garganta seca e as mãos geladas. Evitei olhar nos olhos por diversas vezes, eu tinha medo, eu não sabia se aquilo era certo ou errado, eu apenas estava lá. E quando nossos lábios se tocaram, eu fechei os olhos automaticamente. Senti um enorme calafrio ao ser tocado por aquela boca fria, que parecia conversar com a minha boca, de repente fui abraçado e assim, abracei meio sem jeito, foi um misto de proteção e medo, até quando consegui me sentir confortável naquele abraço quente e protetor. Abrir os olhos e observei por alguns segundos, mas logo fiquei sem jeito e os fechei de volta. Senti sua língua invadindo a minha boca e arrancando a minha saliva como se aquilo fosse a sua fonte de alimento, fazendo a minha língua se sentir perdida a ponto de invadir a outra boca também. E ai, as nossas línguas se entrelaçaram me fazendo tremer. Era a primeira vez que sentia essa sensação. Senti suas mãos deslizarem sobre as minhas costas, e sua boca deslizar sobre meu pescoço. Tentei me esquivar, mas já estava muito envolvido. Quando a suas mãos fizeram o caminho de volta, percebi que estava perdido e que não saberia se iria voltar.